domingo, 18 de dezembro de 2016

Lição é Viver a Vida

“O QUE EU LEVO DA LIÇÃO É VIVER A VIDA”, DIZ LATERAL DA CHAPECOENSE, EMOCIONADO


Do Brasil 247 

Emocionado e usando uniforme da Chapecoense, o lateral Alan Ruschel, concedeu sua primeira entrevista coletiva, na manhã deste sábado (17), na Arena Condá, em Chapecó. O jogador deixou o hospital na tarde de sexta-feira (16), sendo  o primeiro dos quatro sobreviventes brasileiros a ter alta, 17 dias após o acidente aéreo com o avião da Chapecoense, que deixou 71 mortos e seis feridos na Colômbia.

"Farei de tudo para voltar a jogar. Com muita paciência, farei de tudo para dar muita alegria para esse pessoal aqui", disse o jogador, que falou por cerca de 20 minutos. "Tava indo pra um jogo, tu não sabe o que vai acontecer daqui a 10 minutos. O que eu levo da lição é viver a vida, aproveitar a vida e fazer o bem. O que os médicos fizeram por mim durante esses dias não tem explicação", disse ele, que chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Ele não se lembra do acidente. “Lembro de a gente chegando em Santa Cruz de la Sierra, embarcando. Não lembro do voo. Não lembro do acidente. Lembro depois da minha esposa Marina falando comigo lá no hospital.”

O jogador afirmou que trocou de lugar durante o voo. "Eu estava sentando mais pra trás e o Cadu [diretor da Chapecoense que morreu no acidente] pediu pra eu sentar mais na frente pros jornalistas sentarem no fundo", acrescentou.

O lateral chorou novamente ao recordar que o goleiro Follmann, também sobrevivente, insistiu para que viesse se sentar ao lado dele.

Volta para casa
O lateral falou sobre a volta para casa. “Poder dormir com a minha esposa, ver meu cachorro, minha mãe. Todo mundo em casa. É uma sensação única, não tem explicação”. “A primeira coisa que pedi para comer foi feijão, arroz a bife acebolado [quando chegou a Chapecó]. Foi muito bom”.

Alan disse que pode estar de volta aos gramados em seis meses. "Falei com o Mendonça [médico da Chapecoense] na Colômbia que eu queria voltar antes, mas o Mendonça falou que precisava calcificar a coluna, que daria mais três meses e mais com fisioterapia e trabalho ele via grandes chances de voltar. Eu fiz as minhas contas. Calculei três meses para calcificar, já passou um, quase 20 dias, mais dois ou um mês e meio para fortalecer a coluna e mais uns três meses para recuperar a massa, que estou só na 'capa do grilo' agora", acrescentou.

Quadro clínico dos demais sobreviventes

O goleiro Jackson Follmann deve ser transferido para Chapecó neste sábado (17), segundo boletim médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele foi submetido a uma cirurgia na coluna na terça-feira (13), e os exames realizados nessa sexta-feira (16) mostraram que ele não tem infecção.

Segundo o novo boletim médico do hospital, "o paciente Jackson Follmann realizou exames laboratoriais que demostram ausência de infecção ativa. A tomografia computadorizada da coluna cervical realizada nesta sexta-feira (16) demonstra o bom posicionamento da fixação da vértebra C2, além de alterações consideradas normais no pós-operatório".

Estão no hospital Unimed de Chapecó o jornalista Rafael Henzel e o zagueiro Neto, que chegou na noite de quinta-feira (15). No caso do jornalista, os médicos trabalham em uma ferida no pé esquerdo, na manutenção da fisioterapia respiratória e motora. A previsão de alta é segunda-feira (19).

O zagueiro Neto usa antibióticos para tratar uma lesão no tornozelo esquerdo e faz fisioterapia respiratória. Não há data provável de alta.



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