sexta-feira, 17 de março de 2017

O que vai sobrar no Brasil

ÓLEO E GÁS, CONSTRUÇÃO E, AGORA, CARNES. O QUE VAI SOBRAR NO BRASIL?



Os setores mais importantes da economia brasileira estão sendo devastados por operações policiais; com a Lava Jato, foram destruídas empresas atuantes nos setores de construção pesada e óleo e gás; a prova mais recente foi o fato de o leilão dos aeroportos não ter tido a presença de nenhuma construtora brasileira; agora, com a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foram atingidas as principais empresas de alimentos do Brasil, que é líder mundial na exportação de carne bovina e de francos, com vendas de US$ 13,9 bilhões em 2016, mas que certamente será alvo de novas barreiras sanitárias; as grandes questões que devem ser colocadas são: haveria uma maneira de combater a corrupção sem destruir empresas e empregos? a quem interessa a destruição de mais uma cadeia produtiva brasileira?

247 – Três anos depois da Operação Lava Jato, que completou aniversário nesta sexta-feira 17, o que restou da engenharia brasileira? 

Praticamente, nada. A Odebrecht demitiu mais de 100 mil funcionários e foi riscada do mapa, sendo tratada como empresa radioativa na América Latina.

A OAS está em recuperação judicial. A Camargo Corrêa vendeu ativos para empresas chinesas. E construtoras menores também encolheram drasticamente.

No setor de óleo e gás, uma das principais apostas do setor, a Sete Brasil, foi à lona. Empresa que construiria as sondas para o pré-sal, ela também foi atingida pela Lava Jato, assim como toda a indústria naval brasileira.

O resultado foi um processo de destruição econômica raras vezes visto na história da humanidade.

Em comum, todas essas empresas foram abatidas por investigações policiais.

Curiosamente, no mesmo dia em que a Lava Jato completou três anos, o assunto do momento passou a ser outro: a Operação Carne Fraca, que derrubou as ações das duas maiores empresas de alimentos do Brasil: a JBS, dona da marca Friboi, e a Brasil Foods, das marcas Sadia e Perdigão.

A partir de um problema aparentemente isolado, toda uma cadeia produtiva foi jogada na lama. "Um soco", definiu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

Como empresário, sendo um dos maiores exportadores de soja do mundo, Maggi sabe o quanto custa abrir mercados internacionais.

Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frangos do mundo e as exportações desse segmento representam 6,9% das vendas internacionais brasileiras. Nada menos que US$ 13,9 bilhões.
Como todo o enfoque da Operação Carne Fraca se deu na questão sanitária, uma consequência inevitável será a imposição de barreiras comerciais contra as exportações nacionais.

E o Brasil, que já vive a maior depressão econômica de todos os tempos, com um PIB que encolheu praticamente 10% em dois anos, terá uma recessão ainda mais aguda, com mais demissões na indústria.

A quem interessa destruir mais uma cadeia produtiva brasileira, depois da implosão dos setores de óleo e gás e de engenharia? Quem se beneficia? Será que não seria possível investigar eventuais desvios sem comprometer interesses nacionais?

São questões que ainda aguardam respostas.

Abaixo, a participação do setor de frigoríficos nas exportações brasileiras: 


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