País terá que discutir valorização do professor, diz
secretária do MEC
Por Mariana Tokarnia - Repórter da
Agência Brasil - O Brasil terá que discutir valorização da carreira dos
professores, segundo a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação
(MEC), Kátia Smole. “Precisa ser bom ser professor em todos os sentidos”,
afirmou a secretária a jornalistas após a apresentação da Base Nacional Comum
da Formação de Professores da Educação Básica.
A Base Nacional Comum será entregue
amanhã (14) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), onde será analisada. Ela
vai orientar a formação de professores em licenciaturas e cursos de pedagogia
em todas as faculdades, universidades e instituições públicas e particulares de
ensino do país.
A proposta define ainda dez
competências gerais que serão trabalhadas nos cursos de pedagogia e em
licenciaturas. Elas são semelhantes às competências previstas nas bases
nacionais comuns curriculares (BNCC), já aprovadas, que preveem o que deve ser
ensinado nas escolas.
O documento traz também uma sugestão
de progressão de carreira. “Essa [a valorização docente] é uma discussão que o
Brasil vai ter que fazer. A gente está começando a trazer isso pelo viés da
formação e nós esperamos que seja uma valorização, inclusive social, que seja
discutida ao longo dos próximos anos”, diz Kátia.
De acordo com o texto, os professores
irão progredir de acordo com o desenvolvimento de determinadas competências e
habilidades. Haverá quatro níveis de proficiência: inicial, para o formado na
graduação; probatório, para os novatos; altamente eficiente, para quem está em
nível avançado na carreira e deverá demonstrar habilidades complexas; e o
líder, que estará no nível mais alto e terá responsabilidades e compromissos
mais amplos.
Indução de políticas
A proposta para plano de carreira
deverá, segundo o MEC, ser discutida ainda com as entidades representativas dos
estados e municípios. Apesar de a maior parte dos professores da educação
básica estar vinculado a estados e municípios, Kátia diz que o MEC pode
“induzir políticas” para a valorização dos professores.
Perguntada sobre a continuidade dessa
discussão no governo de Jair Bolsonaro, Kátia diz que não pode responder pela
próxima gestão do MEC. “A equipe de transição está no MEC e estamos
compartilhando com eles todas as políticas que estão em desenvolvimento e as
que estamos deixando para discussão. Indicamos que entregamos a Base para a
formação de professores ao CNE. A responsabilidade passa a ser do CNE”, diz.
A Base Nacional Comum também define as
competências que devem ser aprendidas por todos os professores do Brasil. Além
das dez competências gerais, o documento aponta quatro competências específicas
que deverão ser desenvolvidas em cada uma das seguintes três dimensões:
conhecimento profissional, prática profissional e engajamento profissional.
Fonte/Agência Brasil
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