Mais
de 500 cidades têm risco de surto de doenças causadas pelo Aedes
Por Paula Laboissière - Repórter
da Agência Brasil - Pelo menos 504 municípios brasileiros registram alto índice
de infestação pelo Aedes aegypti e apresentam risco de surto para doenças
transmitidas pelo vetor – incluindo dengue, zika e chikungunya.
Dados divulgados hoje (12) pelo
Ministério da Saúde revelam que, das 5.358 cidades que realizam algum tipo de
monitoramento do mosquito, 1.881 estão em situação de alerta, enquanto 2.628
apresentam índices considerados satisfatórios.
Capitais
O mapa da dengue, como é chamado
o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa),
mostra que, das 27 capitais em todo o país, Palmas (TO), Boa Vista (RR), Cuiabá
(MT) e Rio Branco (AC) estão em risco de surto não apenas de dengue, mas também
de zika e chikungunya.
Outras 12 capitais, de acordo com
o estudo, registram situação de alerta: Manaus (AM), Belo Horizonte (MG),
Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), São Luís (MA), Belém (PA),
Vitória (ES), Salvador (BA), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande
(MS).
Já Curitiba (PR), Teresina (PI),
João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Macapá (AP), Maceió (AL),
Fortaleza (CE) e Aracaju (SE) têm índices considerados satisfatórios. Natal
(RN) e Porto Alegre (RS) fizeram a coleta de dados por armadilha – metodologia
utilizada quando a infestação pelo mosquito é muito baixa ou inexistente.
Criadouros
Além de identificar onde estão
concentrados os focos do mosquito em cada município, o levantamento revela
quais os principais tipos de criadouros por região. No Nordeste, por exemplo, o
armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina,
foi o principal tipo identificado.
No Sudeste, o maior número de
depósitos encontrados foi em domicílio, caracterizados por vasos e frascos com
água e pratos e garrafas retornáveis. Já nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul,
predominou o lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e
entulhos de construção.
Dengue
Dados do ministério apontam que,
até 3 de dezembro, foram notificados 241.664 casos de dengue em todo o país –
um pequeno aumento em relação ao mesmo período de 2017 (232.372 casos). A taxa
de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 115,9
casos para cada 100 mil habitantes.
Em relação ao número de óbitos
causados pela doença, a queda é de 19,3% quando comparado ao mesmo período do
ano anterior, passando de 176 mortes em 2017 para 142 neste ano.
Chikungunya
No mesmo período, foram
notificados 84.294 casos de chikungunya no Brasil – uma redução de 54% em
relação ao mesmo período de 2017 (184.344 casos). A taxa de incidência da
doença é de 40,4 casos para cada 100 mil habitantes.
Em relação ao número de óbitos, a
queda é de 81,6% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de
191 mortes em 2017 para 35 neste ano.
Zika
Os números mostram ainda que, até
3 de dezembro, foram notificados 8.024 casos de zika em todo o país – uma
redução de 53% em relação ao mesmo período de 2017 (17.025 casos). A taxa de
incidência é de 3,8 casos para cada 100 mil habitantes.
Este ano, foram registrados
quatro óbitos causados pelo vírus Zika.
Nenhum comentário:
Postar um comentário