Bandeiras tarifárias terão novos valores em
2017
Sabrina Craide – Repórter da
Agência Brasil
As bandeiras tarifárias que são aplicadas nas contas de luz terão novos
valores neste ano. A bandeira amarela vai passar de R$ 1,50 para R$ 2 a cada
100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha patamar 1 fica
inalterada, em R$ 3 para cada 100 kWh e o valor da bandeira vermelha patamar 2
cairá de R$ 4,50 para R$ 3,50 a cada 100 kWh.
Os novos valores foram aprovados hoje (14) pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel). A proposta recebeu contribuições por meio de
audiência pública. As distribuidoras pleitearam a criação de novo patamar de
bandeira amarela, mas o relator entendeu que a estrutura atual é a mais
adequada.
“Além do aspecto econômico, o sistema de bandeiras tarifárias possui
caráter educativo, e é uma forma transparente de comunicar aos consumidores que
as condições de geração de energia elétrica no país estão menos favoráveis, no
caso de bandeira amarela, ou mais custosas, de acordo com o patamar de bandeira
vermelha que é acionado”, explicou o diretor José Jurhosa, relator da proposta.
Os valores das bandeiras tarifárias são revisados a cada ano, de acordo
com as variações de custo de energia. Desde dezembro do ano passado, a bandeira
tarifária aplicada nas contas de luz é a verde, ou seja, sem cobrança extra
para os consumidores.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 como forma de
recompor os gastos extras com a utilização de energia de usinas termelétricas,
que é mais cara do que a energia de hidrelétricas. A cor da bandeira que é
impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) indica o custo da
energia, em função das condições de geração de eletricidade. Quando chove
menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é
preciso acionar mais termelétricas para garantir o suprimento de energia no
país.
Risco hidrológico
A Aneel também decidiu hoje abrir uma nova audiência pública para para
discutir como o aumento do risco hidrológico deste ano será repassado para as
tarifas dos consumidores. A expectativa da Aneel é que o custo desse risco, que
reflete a falta de chuvas e a geração menor de energia pelas hidrelétricas,
e não é coberto com a bandeira tarifária, possa chegar a R$ 5 bilhões
neste ano, o que pode significar um impacto de 2,5% nas tarifas de energia.
Mas, de acordo com a Aneel, esse não será um custo novo para os
consumidores, apenas será aplicado nos reajustes das tarifas deste ano, em vez
de entrar apenas no ano que vem, com correção pela taxa Selic.
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