COMO O FMI, ONU TAMBÉM VÊ ESTAGNAÇÃO NO BRASIL DE
TEMER-MEIRELES
Estudo divulgado nesta terça-feira, 17, em Nova
York, pela Organização das Nações Unidas (ONU) confirma cenário de depressão
econômica no Brasil, sob o comando de Michel Temer e Henrique Meirelles;
segundo o documento Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017, o Brasil
teve uma encolhimento de 3,2% do PIB em 2016; para este ano, o crescimento, se
houver, será pífio: 0,6%; documento ressalta que a retomada no Brasil deve ser
mais demorada, pois o crescente desemprego, o ajuste fiscal em curso e o maior endividamento
continuam afetando a demanda doméstica; em relatório divulgado nessa
segunda-feira, 16, o Fundo Monetário Internacional identificou tragédia
econômica semelhante para o Brasil do pós-golpe: queda de 3,8% em 2016 e
estagnação de 0,2% neste ano
Ana Cristina Campos, repórter da
Agência Brasil - Depois de dois anos consecutivos de contração
econômica, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a América Latina e
o Caribe vão retomar o crescimento este ano, mas destaca que a recuperação será
moderada devido a dificuldades tanto externas quanto internas dos países. As
informações constam do relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas
2017, divulgado hoje (17) em Nova York.
O estudo prevê que o Produto Interno
Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos pelo país) da América Latina
e do Caribe deve expandir 1,3% este ano e 2,1% em 2018, depois de uma retração
estimada de 1% no ano passado. O relatório projeta queda de 3,2% do PIB do
Brasil em 2016 e alta de 0,6% este ano e de 1,6% em 2018.
A ONU espera que a recuperação da
região seja sustentada por uma maior demanda externa, pelo aumento nos preços
das commodities (produtos primários com cotação internacional) e por uma
política monetária menos restritiva na América do Sul em um contexto de
inflação mais baixa.
América do Sul
As Nações Unidas estimam que o PIB da
América do Sul recuou 2,3% em 2016 devido às fortes recessões na Argentina, no
Brasil, Equador e na Venezuela. O crescimento no Chile e na Colômbia também
desacelerou desde 2015. Entre os poucos países com crescimento na sub-região
estão a Bolívia e o Peru, que enfrentaram a desaceleração regional com um
vigoroso aumento do consumo privado e governamental.
Segundo projeção da ONU, a América do
Sul terá uma leve recuperação econômica nos próximos dois anos. O crescimento
estimado é de 0,9% em 2017 e de 2% em 2018. Espera-se que a Argentina e o
Brasil, as duas maiores economias da região, saiam do período recessivo. O
documento ressalta, no entanto, que a retomada no Brasil pode ser mais
demorada, pois o crescente desemprego, o ajuste fiscal em curso e o maior
endividamento continuam afetando a demanda doméstica.
Riscos
Na América Latina e no Caribe, os
principais fatores de risco para a retomada econômica são uma desaceleração da
China, importante consumidora de commodities, a possível adoção de medidas
protecionistas por parte do governo norte-americano de Donald Trump, que toma
posse na sexta-feira (20), e novas turbulências nos mercados financeiros.
O relatório mostra que as
perspectivas de crescimento em médio prazo para muitas economias
latino-americanas e caribenhas estão caindo por causa de persistentes
fragilidades estruturais, incluindo uma alta dependência de matérias-primas e
um baixo crescimento da produtividade.
A ONU alerta que um longo período de
baixo crescimento na região pode comprometer os avanços sociais conquistados na
década passada e atrapalhar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS). Os 17 ODS, expressos em 169 metas, representam o eixo
central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que entrou em vigor
no dia 1º de janeiro de 2016. Assim, o documento sugere uma reorientação das
políticas macroeconômicas e sociais para aumentar o investimento no capital
físico e humano.
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