Acidentes no trânsito deixaram mais de 1,6 milhão feridos em 10 anos
Por Yara
Aquino - Repórter da Agência Brasil - Os acidentes no trânsito deixaram mais de 1,6
milhão de brasileiros feridos nos últimos dez anos, e representaram um custo de
cerca de R$ 2,9 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). As informações
estão em levantamento divulgado hoje (23) pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM) com base em dados do Ministério da Saúde.
Os dados
apurados revelam também que entre 2009 e 2018 houve um aumento de 33% na
quantidade de internações por desastres nas ruas e estradas.
Na
avaliação do diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet)
e membro da Câmara Técnica do CFM, Antônio Meira, esses acidentes já são
considerados um dos principais problemas de saúde pública do país.
“Além de
provocar sobrecarga no serviço com aumento da ocupação dos leitos hospitalares,
causa um prejuízo irreparável quando ocorre uma morte ou uma pessoa fica
incapacitada para suas atividades habituais, como também traz prejuízo enorme
para a saúde pública”, detalha o diretor.
Internações
O
levantamento assinala que o número de internações no SUS por desastres nas ruas
e estradas do Tocantins saltaram de 60 em 2009 para 1.348 em 2018. Pernambuco
também teve crescimento significativo passando de 845 para 6.969.
Em alguns
estados houve queda no número de internações. O Maranhão reduziu em 40% as
internações por acidentes de transporte nos últimos dez anos, seguido por Rio
Grande do Sul (22%) e Paraíba (20%).
São Paulo
e Minas Gerais lideram o ranking de gastos federais com atendimentos por
desastres nas ruas e estradas. Em 2018, o gasto de São Paulo foi de R$ 57
milhões e de Minas Gerais, de R$ 29 milhões.
O
integrante do CFM, Antônio Meira, explica que as internações de vítimas de
acidente de trânsito são mais onerosas. “As internações por acidente de
trânsito são mais onerosas do que por outros tipos de doenças porque no geral
são politraumatizados, precisam de cirurgias complexas, ortopédicas,
neurológicas, precisam ficar em UTIs”.
Perfil
Entre as
vítimas graves do tráfego no período de 2009 a 2018, os dados apontam que 60%
dos casos são de pessoas entre 15 e 39 anos. Os maiores de 60 anos representam
8,4% do total e a faixa etária até os 14 anos representa 8,2%. Os principais
acidentados são os homens (80%).
Prevenção
Em
relação à prevenção dos acidentes relacionados ao trânsito, Antônio Meira diz
que grande parte deles são provocados por fatores passíveis de serem evitados -
como desrespeito às leis de trânsito, dirigir sob efeito de álcool e drogas,
excesso de velocidade e não usar equipamentos de segurança como cinto e capacete.
O diretor ressalta que para a prevenção é importante que haja campanhas de
conscientização permanentes e fiscalização, além de ser necessário melhorar a
infraestrutura das vias.
Campanha
Maio Amarelo
Neste mês
de maio ocorre a sexta edição da Campanha Maio Amarelo, que tem como tema “No
trânsito, o sentido é a vida”.
O
movimento é internacional e chama a atenção para o alto índice de mortes e
feridos no trânsito com o intuito de estimular os condutores, pedestres e
passageiros optarem por um trânsito mais seguro. O laço amarelo é o símbolo do
movimento.
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