Aneel diz que bandeira vermelha deve
continuar na conta de luz até o fim do ano
Sabrina Craide -
Repórter da Agência Brasil
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu
Rufino, disse hoje (4) que provavelmente as contas de luz continuarão com a
bandeira vermelha patamar 1 acionada até o fim do período seco, que vai até
novembro. Por causa da falta de chuvas,
essa bandeira tarifária foi acionada e começou a valer no início de abril.
“Muito provavelmente no período seco não haverá uma reversão da
situação. Se hoje, no final do período úmido, já se justifica despachar
térmicas acima do patamar que aciona a bandeira vermelha, não é provável que
essa situação se reverta até o início do próximo período úmido”, disse Rufino.
A bandeira vermelha patamar 1, que está em vigor, implica uma cobrança
extra de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Ela é usada
quando é preciso acionar usinas termelétricas mais caras, por causa da falta de
chuvas.
Rufino explicou que o período úmido está se encerrando nas regiões
Sudeste e Centro-Oeste e Nordeste, por isso, mesmo que haja um regime de chuvas
melhor do que nos outros anos durante o período seco, o volume de água nos
reservatórios ainda estará baixo. “Não é nesse período que vai recuperar o
enchimento de reservatórios”, afirmou.
Bandeira
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 como forma de
recompor os gastos extras com a utilização de energia de usinas termelétricas,
que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é impressa na
conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função
das condições de geração.
Quando chove menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas
ficam mais vazios e é preciso acionar mais termelétricas para garantir o
suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha,
de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.
Desconto
Apesar da bandeira tarifária vermelha, os consumidores terão um desconto
na tarifa em abril, por causa da devolução dos valores cobrados a
mais no ano passado. Os percentuais de redução variam de 0,95% a 19,47%.
A devolução vai ocorrer porque o custo da energia proveniente da
termelétrica de Angra 3 foi incluído nas tarifas do ano passado, mas a energia
não chegou a ser usada porque a usina não entrou em operação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário