ÓLEO E GÁS, CONSTRUÇÃO E, AGORA, CARNES. O QUE
VAI SOBRAR NO BRASIL?
Os setores mais importantes da
economia brasileira estão sendo devastados por operações policiais; com a Lava
Jato, foram destruídas empresas atuantes nos setores de construção pesada e
óleo e gás; a prova mais recente foi o fato de o leilão dos aeroportos não ter
tido a presença de nenhuma construtora brasileira; agora, com a Operação Carne
Fraca, da Polícia Federal, foram atingidas as principais empresas de alimentos
do Brasil, que é líder mundial na exportação de carne bovina e de francos, com
vendas de US$ 13,9 bilhões em 2016, mas que certamente será alvo de novas
barreiras sanitárias; as grandes questões que devem ser colocadas são: haveria
uma maneira de combater a corrupção sem destruir empresas e empregos? a quem
interessa a destruição de mais uma cadeia produtiva brasileira?
247 – Três anos depois da Operação Lava
Jato, que completou aniversário nesta sexta-feira 17, o que restou da
engenharia brasileira?
Praticamente, nada. A Odebrecht demitiu
mais de 100 mil funcionários e foi riscada do mapa, sendo tratada como empresa
radioativa na América Latina.
A OAS está em recuperação judicial. A
Camargo Corrêa vendeu ativos para empresas chinesas. E construtoras menores
também encolheram drasticamente.
No setor de óleo e gás, uma das
principais apostas do setor, a Sete Brasil, foi à lona. Empresa que construiria
as sondas para o pré-sal, ela também foi atingida pela Lava Jato, assim como
toda a indústria naval brasileira.
O resultado foi um processo de
destruição econômica raras vezes visto na história da humanidade.
Em comum, todas essas empresas foram
abatidas por investigações policiais.
Curiosamente, no mesmo dia em que a
Lava Jato completou três anos, o assunto do momento passou a ser outro: a
Operação Carne Fraca, que derrubou as ações das duas maiores empresas de
alimentos do Brasil: a JBS, dona da marca Friboi, e a Brasil Foods, das marcas
Sadia e Perdigão.
A partir de um problema aparentemente
isolado, toda uma cadeia produtiva foi jogada na lama. "Um soco",
definiu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Como empresário, sendo um dos maiores
exportadores de soja do mundo, Maggi sabe o quanto custa abrir mercados
internacionais.
Hoje, o Brasil é o maior exportador de
carne bovina e de frangos do mundo e as exportações desse segmento representam
6,9% das vendas internacionais brasileiras. Nada menos que US$ 13,9 bilhões.
Como todo o enfoque da Operação Carne
Fraca se deu na questão sanitária, uma consequência inevitável será a imposição
de barreiras comerciais contra as exportações nacionais.
E o Brasil, que já vive a maior
depressão econômica de todos os tempos, com um PIB que encolheu praticamente
10% em dois anos, terá uma recessão ainda mais aguda, com mais demissões na
indústria.
A quem interessa destruir mais uma
cadeia produtiva brasileira, depois da implosão dos setores de óleo e gás e de
engenharia? Quem se beneficia? Será que não seria possível investigar eventuais
desvios sem comprometer interesses nacionais?
São questões que ainda aguardam
respostas.
Abaixo, a participação do setor de
frigoríficos nas exportações brasileiras:
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