Dia da Consciência Negra é comemorado no Rio com homenagem a Zumbi
Por Vitor
Abdala – Repórter da Agência Brasil - Ativistas,
grupos culturais e religiosos comemoram hoje (20) o Dia da
Consciência Negra com várias atividades em frente à estátua de Zumbi dos
Palmares, no centro do Rio de Janeiro. O líder da resistência contra a
escravidão, que comandou uma comunidade de escravos foragidos (quilombo), em
Alagoas, no século XVII, morreu em 20 de novembro de 1695.
Logo no
início da manhã, houve apresentações de capoeira e do grupo Afoxé Filhos de
Gandhi. “Depois de 130 anos da abolição [da escravidão] não concluída, quando
os negros foram jogados à própria sorte, o Estado não se preparou para essa
abolição. Construiu-se um apartheid social, quando a
mão-de-obra escravizada foi substituída pela mão-de-obra dos europeus. Isso
levou o negro direto da senzala para as favelas e para os presídios”, disse
Cláudia Vitalino, da União de Negros e Negras pela Igualdade Racial e do
Conselho Estadual de Direitos dos Negros.
Para
Fátima Malaquias, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro,
já há avanços em relação à população negra, mas muito ainda precisa ser feito,
principalmente em relação à violência e ao acesso à saúde.
“Os
nossos estão morrendo. Se você entrar em qualquer hospital, tem muita gente
morrendo e a maioria é negro, mas o alerta principal é em relação à violência:
há um genocídio cruel dos nossos jovens”, disse Fátima.
Durante a
manhã, também foi feito um cortejo em homenagem a Tia Ciata, um dos ícones do
samba carioca, que saiu da antiga casa da matriarca em direção à estátua de
Zumbi, em local próximo.
“Se Tia
Ciata estivesse viva hoje, ela certamente estaria defendendo o povo de
matriz africana e também se colocando contra o genocídio da população negra, a
violência contra a mulher. Ela sempre teve essa atitude de abraçar [as lutas]”,
disse Gleicy Mari Moreira, bisneta de Tia Ciata.
Fonte/Agencia Brasil
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